sábado, 21 de maio de 2011

TIRO NO PÉ!

Entre todos os signos bélicos de todos os tempos e lugares, da Califórnia de Schwarzenegger à Líbia de Kadaffi, da China de Mao Tsé-Tung à Cuba de Fidel, nenhum chega aos pés do Tiro no Pé - que por sua distinção deve ser grafado com maiúsculas. Tiro no Pé é um clássico capaz de deixar no chinelo, por exemplo, a Bala na Agulha. Ou o famoso Três Oitão, recentemente aposentado pela Polícia de São Paulo com obituários de página inteira. Nem todo mundo tem Bala na Agulha ou manuseou o Três Oitão - mas não há ser humano que já não tenha dado um Tiro no Pé.

John Galliano foi o último, se desconsiderarmos a massa pedestre que a cada segundo comete o extermínio de sua parte mais baixa - e sem falar também no deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), cuja base de sustentação já virou queijo suíço e não se sabe o que é preciso mais para ele cair. Aquela noite, no Marais, Galliano era o Clint Eastwood na trilogia dos dólares de Sérgio Leone - o cavaleiro solitário que bebe num canto do saloon, impassível, o rosto sem expressão, o gesto sem desperdício, o copo à sua frente. A diferença é que, nesse caso, o cavaleiro é que deve ter ficado amarrado na porta do bar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário